1. Metodologia científica
1.1. Conceito: É o estudo dos
métodos de conhecer, de buscar o conhecimento. É uma forma de pensar para se
chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou
estudá-lo. Metodologia significa, na origem do termo, estudo dos caminhos, dos
instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a
serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo visa conhecer caminhos do processo
científico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites
da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência à
capacidade de intervir na realidade.
1.2. Método:
1.2.1. Conceito: É um conjunto
de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da
verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fim. E
metodologia (do grego methodos + logia) significa o “estudo do método”.
1.3. Ciência:
1.3.1. Conceito: Durante muito
tempo ela serviu para indicar conhecimento em sentido amplo, genérico, como na
expressão “tomar ciência”, cujo significado é “ficar sabendo”. Aos poucos,
porém, como veremos, ganhou também sentido restrito, passando a designar o
conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado
domínio do saber.
1.4. Conceito de Pesquisa: É um conjunto
de ações que visam à descoberta de novos conhecimentos em uma
determinada área.
1.4.1. Classificação quanto à essência
da pesquisa:
·
Pesquisa Pura: Objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista. Motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador;
·
Pesquisa
Aplicada:
Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais.
1.4.2.
Classificação quanto a abordagem da pesquisa:
·
Pesquisa
Quantitativa:
Traduz em números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los.
Utiliza métodos estatísticos.
·
Pesquisa
Qualitativa:
Neste enfoque não há medição numérica, mas o seu
propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada. Assim,
considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o sujeito.
1.4.3.
Ponto de vista dos objetivos: quanto ao seu fim, propósito.
·
Exploratória: Trata-se de uma observação, ou
seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade. Neste modelo
temos a possibilidade de aprimoramento de ideias.
·
Descritiva: O objetivo principal é descrever as
características de algum fenômeno observado, descobrir a frequência com que
ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos.
·
Explicativa: O objeto está em identificar os fatores
que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Neste modelo,
temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque busca entender ou
explicar as razões das coisas, o que amplia o entendimento.
1.4.4.
Quanto aos procedimentos: significa maneira de agir, modo de
proceder, modo de fazer (algo), técnica, processo ou método.
·
Pesquisa
bibliográfica:
Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações
relacionadas à pesquisa. Bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre
determinado assunto, por autores conhecidos e identificados ou anônimos.
·
Pesquisa
documental:
Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem ser:
documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes,
fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos e outros. Há
uma análise da descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma rede de
significados.
·
Pesquisa de
campo:
É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um
fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e
observações.
·
Histórica: Descreve o que
já aconteceu, sob a forma de investigação, registro, análise e interpretação de
fatos ocorridos no passado, para poder compreender o presente.
·
Comparada: Procura
estabelecer semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos e coisas, por
meio de relações entre os elementos que são comparados.
·
Estudo de caso: É o estudo
circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma
família, um produto, uma empresa, um órgão, uma comunidade ou um país. O estudo
de casos constitui-se numa metodologia de ensino participativa, voltada para o
envolvimento do aluno.
2.
Critérios a serem considerados para a escolha do tema:
I. 1º - O tema deve
ser ESPECÍFICO.
II. 2º - O tema deve
ser ACESSÍVEL.
III. 3º - A
necessidade de que o tema seja EXEQUÍVEL no prazo estipulado.
IV. 4º - A escolha
do tema também deve considerar as EXIGÊNCIAS INSTITUCIONAIS.
V. 5º - Sugere-se
que o tema seja ATUAL e CONTROVERTIDO.
VI. 6º - A aptidão
para o tema, o interesse pessoal e a maturidade intelectual.
2.1. A pesquisa se inicia pela escolha do tema: A primeira fase
de qualquer pesquisa é definida do que vai ser pesquisado. Torna-se pressuposto
importante para a escolha do tema a habilidade teórico-crítica, ou seja,
conhecer e dominar os conceitos, as abordagens e os autores relevantes. O tema
representa o objeto da pesquisa, isto é, aquilo que será pensado, investigado,
assim deve ser mais restrito que o assunto o qual faz parte dele, para que ao
final da pesquisa as respostas sejam específicas.
2.2.
Do tema ao objeto de pesquisa: Ao construir um objeto de pesquisa
deve-se transformar, primeiramente, o assunto em tema e este em um objeto de
investigação delimitado e preciso. Quando o tema é muito amplo fatalmente
haverá omissões. Ex.: Ao desejar investigar o assunto violência, deve se
indagar qual tipo de violência se refere. Procure elaborar um “brainstorm’
(chuva de idéias), mapa conceitual, sobre o tema da pesquisa, ou seja,
representação gráfica de um conjunto de conceitos que se relacionam dentro de
um tema, pode ser usada as palavras: é um; facilitou; redimensiona; simboliza;
modifica; ampliou; aumenta; favorece.
2.3.
Explicação dos critérios a serem considerados para a escolha do tema:
a)
Específico: É preciso
conhecer e dominar o assunto escolhido, pois um tema mal delimitado eliminará
qualquer possibilidade de contribuição inovadora. Um tema amplo possibilita
omissões. O tema específico dará mais segurança ao pesquisador.
b)
Acessível: Sugere-se que a
pesquisa escolha tema com autores acessíveis.
c)
Exequível no
prazo estipulado:
O pesquisador deve estar atento ao prazo determinado por sua instituição de
ensino, e “não ceder à tentação de mudar de tema ao longo da pesquisa”.
d)
Exigências
institucionais:
Encaixar os trabalhos realizados pelos alunos dentro de linhas de pesquisa
específicas que reflete na disponibilidade de um orientador que o auxiliará.
e)
Atual e
controvertido:
um tema do momento pode trazer riscos e dificuldades, assim para identificar um
melhor tema deve se ter conversas com o orientador, pesquisadores, participação
em congressos e leitura de períodos atualizados.
f)
Aptidão para o
tema, o interesse pessoal e a maturidade intelectual: Aptidão
(facilidade de aprendizado de uma determinada ária do saber e entusiasmo para
conhecer mais); interesse pessoal (esforço em compatibilizar o tema com o
interesse pessoal do aluno); Maturidade intelectual (adquirida como tempo e com
as horas de leitura e análise para que o trabalho não seja árduo ao enfrentar
desafios do tema escolhido, disposição para aprender conceitos e teorias da ária
do saber escolhida que quanto mais o pesquisador se insira nela mais autonomia
intelectual adquira).
2.4.
As atividades acadêmicas contribuem para a ideia de atividade científica, a
partir de três elementos:
1.
Adquirir novos conhecimentos
2.
Criar novos conhecimentos
3.
Comunicá-los a comunidade científica através de um
trabalho de conclusão de curso
3.
O problema científico / Técnicas para a pesquisa bibliográfica e sua discussão:
As ideias devem ser baseadas em
teorias já existentes ou informações específicas sobre o tema escolhido através
de pesquisas bibliográficas e/ou documentais. Sendo que tudo o que disser
encontrará apoio em autores estudiosos, dando ao trabalho o caráter científico se
discutido, analisado ou fundamentado em conceitos e teorias já consagradas.
3.1. Conceitos importantes:
a)
Fonte
bibliográfica:
Entende-se por fonte a informação essencial para a construção do conhecimento a
partir da escolha do objeto da pesquisa
b)
Fonte primária: Objeto em
análise, podendo ser os resultados obtidos da experiência química ou relatórios
relativos ao comportamento do grupo observado. É prioritária em qualquer
pesquisa.
c)
Fonte
secundária:
comentários sobre a fonte primária. Trata-se da leitura, palestras e estudos
disponíveis sobre o tema. Não se deve construir embasamento teórico de uma
pesquisa apenas sobre a fonte secundária.
NOTA: Não se deve
usar a fonte secundária para confirmar a existência de um dado primário, ex:
segundo x, o conceito de y é definido por z, neste caso se deve ir direto a z;
ao socorre-se de argumento de autoridade, deve-se ir direto à autoridade. A
fonte primária deve ser esgotada: ler os acórdãos na integra quando necessário
vislumbrar como a lei é interpretada pelo estado. Os manuais não são
considerados fontes primárias e nem secundárias por apresentarem uma abordagem
inicial e superficial sobre o tema. Todas as publicações referentes ao problema
escolhido devem ser analisadas.
3.2. Pesquisa Bibliográfica:
É o exame de uma bibliográfica
para levantamento e analise do que já se produziu sobre determinado assunto que
assumimos como tema de pesquisa científica, existindo dois tipos de fontes?
a)
Fonte Primária: Contém
trabalhos originais com conhecimento original e publicado pela primeira vez
pelos autores (Monografias, artigos em revista científica, livros, relatórios
técnicos, teses universitárias).
b)
Fontes
Secundárias:
Contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam e interpretam
trabalhos originais (Artigos de revisão bibliográfica, livros-texto,
enciclopédias, artigo de divulgação)
Etapa fundamental e
influenciadora das demais etapas na medida em que der o embasamento teórico que
embasará o trabalho. Consistem, no levantamento, fichamento e arquivamento de
informações relacionadas à pesquisa.
3.3. Pesquisa Documental:
Realizada através de documentos,
pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes, fotografias,
memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos e outros. Analisa-se da
descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma rede de significados. Em
ciência, documento é toda forma de registro e sistematização de dados,
informações, colocando-os em condições de análise por parte do pesquisador.
3.4. Pesquisa na Internet:
Na internet encontramos muitas
informações razão em que deve ser selecionado o material de pesquisa em sites
confiáveis. Importante observar as regras de utilização das fontes disponíveis,
referenciando a fonte e observando a veracidade das informações.
3.5. Como devo
organizar a minha Revisão Bibliográfica:
Faça um fichamento das leituras
realizadas ao longo da revisão.
ü Se precisar ir a
uma biblioteca, organize-se antes. Planeje o que pretende pesquisar.
ü Faça uma leitura
geral e depois uma leitura específica
para realizar o fichamento.
ü Procure
informar-se sobre o autor (leia a “orelha” do livro, prefácio, ficha
catalográfica do livro)
4. O problema
Cientifico:
Questão
norteadora, problema preliminar, objeto de estudo, questão - problema. Segundo Carlos
Gil (2010, pag.7),“assunto controverso, ainda não satisfatoriamente respondido em qualquer campo do conhecimento,
e que pode ser objeto de pesquisas científicas”.
4.1.
O que representa essa problematização?
ü Essa etapa de
pesquisa permite dar ênfase, um foco em um objeto de pesquisa.
ü É a formulação
de uma pergunta que deverá ser respondida ao final do trabalho.
ü Demonstra
clareza no meu objeto de pesquisa, preferencialmente formulando-o como uma
pergunta.
ü A pesquisa
delineia-se com objetividade e
especificidade.
4.2.
Como descobrir um problema científico?
ü
Nem
todo problema é científico, portanto, nem toda formulação de questão poderá ser
entendida como científica.
ü
O
caminho mais fácil é indagarmos o que não é um problema científico, segundo
pesquisadores.
ü
Um
problema científico não pode indagar COMO SÃO as coisas, mas indaga COMO
FAZER as coisas.
ü
Um
problema científico não pode investigar problemas de valor
4.3. Como
delimitar um problema científico? O problema deve ser delimitado:
ü
Quanto a
viabilidade: pode
ser eficazmente resolvido através da pesquisa.
ü Quanto a relevância: deve ser capaz
de trazer conhecimentos novos.
ü Quanto a execução: pode chegar a uma conclusão
válida.
4.4.
O que são hipóteses: Hipótese é uma
proposição que se faz na tentativa de verificar validade de resposta existente
para um problema. (LAKATOS;MARCONI,2010, P. 61)
ü
Os
resultados de uma pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses.
ü
As
hipóteses devem ser simples, compreensíveis e passíveis de verificação.
ü
A
hipótese relaciona-se com as variáveis da pesquisa.
5.
Objetivo da Pesquisa: Segundo “Fachin”
(2006, pag.110),“o objetivo é um fim ao qual o trabalho se propõe a atingir. A
pesquisa científica atingirá seu objetivo se todas as suas fases, por mais
difíceis e demoradas que sejam, forem vencidas e o pesquisador puder dar uma resposta
ao problema formulado ”.
·
DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO PARA OBJETIVO:
ü
Que
expõe, investiga ou critica.
ü
Fim
a atingir; alvo, propósito.
Os objetivos indicam o que se
pretende conhecer, medir ou provas no decorrer da investigação.
5.1.
Definindo o objetivo de pesquisa: Convencionalmente, os objetivos são
expostos sob a forma de sentenças que se iniciam com verbos na forma de
infinitivo. É comum apresentá-los por tópicos listados. Para
definir os objetivos de forma adequada, é indicado que se retome o objeto da
pesquisa, para determinar a dimensão da pesquisa.
5.2.
Objetivos gerais e específicos:
5.2.1. Objetivos
gerais
ü
Os
objetivos gerais são aqueles mais amplos. São as contribuições que se desejam
oferecer com a execução da pesquisa.
ü
O
objetivo geral de uma pesquisa investiga o tema dentro das especificações e dos
limites propostos.
ü
Neste
conceito de objetivo geral define-se claramente o que pretende alcançar com a
pesquisa.
5.2.2.
Objetivos Específicos:
ü
Os
objetivos específicos procuram descrever ações pormenorizadas, aspectos
detalhados para uma verificação científica.
ü
Apontam
etapas intermediárias até se chegar ao objetivo geral.
ü
Desdobramento do objetivo geral.
5.3.
Verbos adequados:
ü
Escolha
verbos de ação que possam ser medidos.
ü
Indicado
começar com um verbo no infinitivo.
Não usar verbos
imprecisos, pois não irão conferir clareza e precisão necessárias aos
objetivos, tais como:
·
NÃO USAR VERBOS QUE POSSIBILITAM MUITAS
INTERPRETAÇÕES (pensar, entender, apreciar, perceber, conhecer,
adquirir).
·
USAR VERBOS QUE NÃO POSSIBILITAM MUITAS
INTERPRETAÇÕES (avaliar, identificar, definir, descrever,
indicar, enumerar, classificar, organizar).
5.4.
Justificando A pesquisa:
ü
É
muito comum na elaboração de uma pesquisa confundir inadvertidamente a
“justificativa” com “objetivos”. Eles não são a mesma coisa!
Dica importante:
ü
A expressão “por que fazer” refere-se a
justificativa da sua pesquisa.
ü
A
expressão “Para que fazer” refere-se aos objetivos da sua pesquisa.
ü
Justificar
um projeto é apontar a relevância acadêmica e social.
ü
Justificar
é explicitar a viabilidade do projeto
ü
Justificar
um tema é antes de tudo assinalar as suas conexões.
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